Samp pra sempre
Há seres que se tornam importantes pra gente em menos de um mês. São aqueles com o selo da grandiosidade em sua existência. Ou talvez não com o selo da grandiosidade em sua existência, mas na existência que construímos juntos a ele. Samp é um desses seres. Surgiu em nossa família lá em 1999, recém-nascido e, em menos de um mês, já era um molequinho que nunca mais seria indiferente pra gente. Pouco importava que fosse nervosinho, mordesse barras de calças e destruísse solas de sapato. Pouco importava que entrasse debaixo do fogão e voltasse todo cheio de gordura, que abrisse com a pata buracos na parede, ele era daqueles que amávamos apesar das bobagens que fazia. Talvez porque já lá, naquele primeiro mês, ele tivesse sido especial o suficiente para nos mostrar que também nos amava, apesar das bobagens que fazíamos.
Samp cresceu. Samp completou quase 17 anos junto de nossa família. Anos em que nos deu momentos únicos de companheirismo e felicidade. Anos em que nos ensinou um pouquinho do seu próprio amor… Aquele amor que já nasce com o cachorro, puro, leal, sem falsidade… O amor que não precisa ser moldado durante a vida.
Samp se tornou irmão, filho, neto de todos nós. São incontáveis (em número e em possibilidade de transcrição em palavras) as histórias que passamos juntos. Quantas vezes olhamos pra ele e conversamos, em olhar, coisas que não poderíamos conversar com mais ninguém, coisas que ninguém mais entenderia. Quantas vezes não recebemos dele aquilo que poucos, se muitos, poderiam dar em retribuição: apenas a compreensão de um beijo-lambida de amor, sem juízos, sem interesses; apenas o respeito à tristeza e a parceria, deitado quietinho ao lado da cama, mostrando estar ali para o que desse e viesse. O melhor amigo.
Samp sorriu com o rabo nossas alegrias; Samp festejou em latidos nossas chegadas; Samp chorou em olhares baixos e focinho no chão nossos sofrimentos. Samp foi único. Samp é único.
Há poucos dias, tivemos a possibilidade de falar com ele sobre tudo isso que agora transformamos em homenagem. Ele nos olhou e no seu olhar que já praticamente nada via, sei que nos entendeu perfeitamente. E sentiu-se feliz por saber-se também tão amado. Por saber que cumpriu à perfeição essa existência que com ele tivemos o privilégio de dividir.
E hoje Samp descansou, teve a paz que merecia depois de tantos anos de força.
É Samp, nosso amor, “a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar”.
Te amamos e te amaremos, eternamente.
José Augusto, Isa, Thiago e Karen – Sua Família
* 03/03/1999
+ 03/11/2015